Pais devem ser exatamente isso: pais. Quando alguns deles me dizem, em tom de reclamação e desilusão, que os filhos não os reconhecem como os melhores e verdadeiros amigos, preciso ser sincero e dizer que os filhos estão com a razão.
Não é uma atitude saudável confundir os papéis paternos ou maternos com o de um amigo. Ser pai ou mãe é ter responsabilidades que de longe superam àquelas vinculadas a uma amizade. É colocar limites, impor restrições, punir quando necessário. É amar e proteger incondicionalmente os filhos. É preocupar-se dia e noite, por hoje e pelo amanhã.
Pais precisam exercer papéis que não cabem numa amizade, como o de autoridade que inúmeras vezes vai ter que dizer não, proibir, contrariar, reclamar, cobrar e provocar ressentimentos.
Isto não significa que a relação entre pais e filhos não possa ter características comuns com a amizade, como cumplicidade, a troca de confidências ou o prazer de compartilhar momentos e alegrias.
Mas quando os pais dizem que são os melhores amigos de seus filhos, eles estão enganados. Entre pais e filhos existe um relacionamento único, complexo e fantástico. Entre amigos também pode existir algo maravilhoso e rico, mas é outra coisa.